A vitamina do sol
Mil milhões de pessoas em todo o mundo padecem de falta de vitamina D. Para obter vitamina D suficiente, é necessário estar ao sol tempo suficiente ou tomar os suplementos certos.
A perda de cabelo, a depressão, a fadiga, as doenças de pele e o cancro estão entre os fenómenos relativos à saúde associados à carência de vitamina D. Os estudos demonstraram que a vitamina D desempenha um papel em inúmeros processos no corpo. Ela tem um impacto nos ossos, nos músculos, no sistema imunitário, nos vasos sanguíneos e em muitas mais partes do nosso corpo. Como resultado, a vitamina D tem sido uma matéria bastante falada nos últimos anos, não só entre cientistas e médicos, mas também na comunicação social, em revistas semanais, programas de televisão e nas redes sociais.
Apesar da mediatização e da nova consciência gerada à volta da vitamina D, poucas pessoas conseguem obtê-la o suficiente. Estima-se que mil milhões de pessoas no mundo não tenham níveis da vitamina do sol adequados. Segundo o Instituto Robert Koch, 60 porcento da população da Alemanha não obtém vitamina D suficiente[1].
Aprenda neste artigo o que pode fazer com os testes, sessões de banhos de sol e suplementos para garantir que obtém níveis ideais de vitamina D, e o que seu corpo realmente faz com a vitamina do sol. Nós explicamos o que uma deficiência ou excesso de vitamina D pode provocar, e as doenças que estão associadas à carência de vitamina D.
O que é a vitamina D?
A vitamina D é uma vitamina solúvel em gordura, a que os especialistas também se referem como sendo uma hormona, porque tem um efeito semelhante a uma hormona e não se origina elementarmente na dieta, como é normal acontecer com as vitaminas. Em vez disso, o nosso corpo produz a própria vitamina D, mas necessita da radiação UV do sol para gerá-la. As duas formas mais importantes de vitamina D são a vitamina D2 (ergocalciferol) e a vitamina D3 (colecalciferol), também designada por 25(OH)D[2].
Que funções a vitamina D desempenha no corpo?
A vitamina do sol está envolvida em inúmeros processos no interior do corpo, atribuíveis particularmente ao seu duplo papel como vitamina e hormona. Entre as suas tarefas mais importantes está o seu envolvimento no metabolismo ósseo e no desenvolvimento e funcionamento da nossa musculatura. Para além disso, a vitamina D promove o sistema imunitário e protege os vasos sanguíneos[2].
As outras tarefas da vitamina D incluem:
- o controlo da absorção de cálcio e de fosfato no intestino delgado.
- a regulação de mais de 200 genes.
- a promoção do funcionamento do músculo cardíaco.
- a mediação hipotensiva.
- a promoção do desenvolvimento esquelético nas crianças.
Toma de suplementos de vitamina D
Não é por acaso que a vitamina D é chamada de vitamina do sol - o nosso corpo necessita da luz solar para produzi-la, ou mais especificamente da radiação UVB. Inicialmente, forma-se o seu percursor 7-dehidrocolesterol, que é gerado com a ajuda do colesterol no fígado e na mucosa intestinal, antes de migrar de volta para a pele. Aí, é produzida a forma ativa da vitamina, ou seja a vitamina D3, e esta, por sua vez, torna-se em 25-hidroxi-colecalciferol ([25(OH)D], a forma de acumulação da vitamina D, que é então armazenada nos músculos e no tecido adiposo. Nos rins, a 25(OH)D é ativada para a 1,25(OH)2D, que é transportada através do sangue para o intestino, ossos, músculos, sistema imunitário e células, onde exerce os seus efeitos[5].
Como adquirimos vitamina D através da dieta?
O intestino delgado pode absorver até 80% da vitamina D3 lipossolúvel consumida nos alimentos[5]. Apesar disto, só quantidades relativamente pequenas de vitamina D é que são absorvidas pelo corpo através desta via. Nós cobrimos somente cerca de 10 a 20 porcento da necessidade diária através de fontes alimentares. Isto deve-se em parte ao facto de poucos alimentos conterem vitamina D e, quando a contêm, contêm somente pequenas quantidades da mesma. A vitamina D3, que é importante para o corpo, encontra-se quase exclusivamente em alimentos de origem animal, e mais especificamente em[2, 5]:
- peixes gordos, como o arenque ou o arenque fumado
- margarina e manteiga
- leite e gema de ovo
Os cogumelos e abacates também contêm vitamina D - mas de uma forma que o corpo não absorve bem. De facto, seria necessário consumir-se grandes quantidades destes alimentos só para uma pessoa se aproximar da menor dose diária recomendada. Para as 800 Unidades Internacionais (UI) recomendadas pela Sociedade Alemã de Nutrição, ou seja, 20 microgramas, seria necessário consumir, por exemplo, 2400 gramas de cogumelos, quatro quilos de fígado de vaca, quatro quilos de manteiga ou 80 ovos[2].
Resumindo e concluindo:só com a alimentação, não é possível satisfazer a sua dose diária de vitamina D. Temos de produzir a maior parte nós mesmos, e isto simplesmente não é possível sem a luz solar.
Que quantidade de vitamina D é necessária?
É importante manter níveis suficientes de vitamina D, e uma dose diária fiável é difícil de determinar, porque também consumimos quantidades diferentes de vitamina D em diferentes estações do ano. A melhor forma é medir os níveis de vitamina D no sangue. Pode medir os seus níveis no sangue de 25(OH)D, e este valor pode ser apresentado, por exemplo, em nanogramas por mililitro[34].
- A maior parte das publicações assume que possui quantidades suficientes no sangue se apresentar níveis de 30 nanogramas por mililitro de sangue.
- Os valores abaixo de 11 nanogramas por mililitro são considerados críticos e podem causar distúrbios como o amolecimento dos ossos.
- Alguns investigadores argumentam que 60 nanogramas por mililitro ou mais são níveis razoáveis para usufruir ao máximo dos benefícios para a saúde da vitamina do sol.
Como posso obter quantidades suficientes de vitamina D?
O tempo que necessitamos de estar deitados ao sol para produzir vitamina D depende de muitos fatores, incluindo o tipo de pele, a latitude em que se vive, a hora do dia e a época do ano. De acordo com os especialistas, durante o verão, normalmente basta expor a cara, as mãos e os braços à luz solar direta três vezes por semana, durante dez a vinte minutos.
Aqui está um exemplo: Para produzir 400 UI de vitamina D, uma pessoa de pele ligeiramente clara (que se bronzeia lentamente e raramente fica com queimaduras solares) na 42ª linha de latitude de abril a outubro (por exemplo, no sul da França) deve expor um quarto da sua pele (por ex.: os braços, a cara e o pescoço) durante cerca de três a oito minutos ao sol do meio-dia.
Não é possível para muitas pessoas exporem-se a suficiente sol no verão, e isto ainda se torna mais impossível de realizar no inverno. No inverno, o sol raramente brilha nas latitudes a Norte e a sua luz também contém uma radiação UVB demasiado reduzida. É quase impossível produzir níveis adequados de vitamina D[1].
Os investigadores e organizações profissionais estão, portanto, a discutir a quantidade de vitamina D que devemos consumir através de suplementos dietéticos, se não puderem ser garantidos níveis adequados devido a uma exposição solar insuficiente.
Atenção: não exagere quando estiver a apanhar banhos de sol. Alguns minutos sem proteção UV são úteis para obter vitamina D, mas demasiada luz solar direta pode causar queimaduras solares e aumentar o risco de cancro na pele.
Os suplementos de vitamina D são úteis?
A Sociedade Alemã de Nutrição (DGE) recomenda que na ausência de luz solar, geralmente entre outubro e fevereiro, se deva tomar um suplemento de 20 microgramas por dia, correspondendo a 800 unidades internacionais (IU)[6].
Alguns estudos sugerem que o valor da DGE pode até ser demasiado baixo. Um relatório no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism (Jornal de Endocrinologia e Metabolismo Clínicos) enfatizou que os adultos entre 19 e 50 anos necessitam de pelo menos 600 UI de vitamina D por dia para manter a saúde óssea e a o bom funcionamento muscular. Para se manter uma quantidade suficiente de vitamina D permanentemente no sangue, é aconselhável tomar 1.500 - 2.000 UI por dia sob a forma de suplementos alimentares. Se já existe alguma carência, os investigadores afirmam, que os adultos poderiam corrigir os seus níveis de vitamina D, se tomassem quantidades até 10.000 UI por dia por um curto período de tempo fixo[7].
Vitamina D e Vitamina K
Acredita-se que a vitamina K tenha um efeito protetor semelhante à vitamina D. É principalmente para a prevenção e tratamento de doenças ósseas e vasculares. Na natureza, a vitamina K1 ocorre, por exemplo, em vegetais verdes, enquanto que a vitamina K2 é formada por bactérias intestinais. Ainda não foi totalmente investigado quanta vitamina K necessitamos precisamente[41].
Repetidamente, tem sido redigido que, ao consumir vitamina D, pode ocorrer uma falta de vitamina K, uma vez que ambas as vitaminas estão envolvidas na formação óssea e se influenciam mutuamente. No entanto, esta ideia não foi cientificamente comprovada[40]. Especialistas médicos atualmente recomendam a ingestão conjunta de vitamina D e vitamina K apenas como uma terapia adjunta para tratar especificamente a osteoporose e prevenir fraturas ósseas que ocorrem em pessoas mais velhas[41-43]
Deficiência de vitamina D
Estima-se que cerca de mil milhões de pessoas no mundo inteiro são afetadas pela carência de vitamina D[9, 10]. Diversos estudos associaram a deficiência de vitamina D a doenças crónicas como a osteoporose, a diabetes mellitus, o cancro, a depressão, a doenças cardiovasculares e a disfunções imunitárias[14-17].
Quais são as causas da deficiência de vitamina D?
A falta de vitamina D ocorre porque não obtemos sol suficiente. Enquanto os nossos ancestrais ficavam ao ar livre durante a maior parte da história humana, agora passamos a maior parte do tempo dentro de casa. E também tapamos os nossos corpos com roupas e protegemo-nos com protetor solar. Tudo isto reduz os efeitos do UVB na pele - e é precisamente isto que o nosso corpo necessita para produzir vitamina D[19].
E é bom saber: ao aplicar um protetor solar com um fator de proteção solar de 30, a síntese de vitamina D na pele reduz mais de 95%[31].
Vários outros fatores também podem interferir na produção de vitamina D endógena do nosso corpo[2]
- Por exemplo, as doenças que afetam a digestão e a ingestão de gordura, como a doença celíaca, a deficiência de ácido biliar ou a insuficiência pancreática.
- E determinados medicamentoscomo anti-hipertensores, antiestrogénios, citostáticos, antiepiléticos e medicamentos à base de plantas
Sintomas de deficiência de vitamina D
A carência de vitamina D raramente se manifesta com sintomas claros. Os sintomas são muitas vezes inespecíficos e insidiosos, e incluem a fadiga, fraqueza muscular, dores musculoesqueléticas e dores de cabeça[1]. Como resultado, muitas pessoas não se apercebem que padecem de deficiência de vitamina D até desenvolverem doenças completas. Uma consequência comum duma deficiência prolongada de vitamina D é a osteomalacia (amolecimento ósseo)[19].
As pessoas que sofrem duma deficiência grave de vitamina D crónica estão em risco[19] acrescido de:
- osteomalacia e osteoporose
- raquitismo em crianças
- dor e fraqueza dos ossos (osteoartrite)
- fraturas ósseas em idosos com mais de 65 anos (ossos partidos)
Além disso, os resultados de estudos recentes associaram a deficiência de vitamina D a inúmeras doenças. As doenças ocorrem geralmente juntamente com a deficiência, e os investigadores ainda estão a investigar que tipo de associações estão precisamente envolvidas[20, 21]:
- hipertensão e doenças cardíacas
- diabetes mellitus
- depressão
- infeções graves, como a tuberculose e doenças renais crónicas
- perda de cabelo
Quem é afetado pela deficiência de vitamina D?
Em geral, a carência de vitamina D ocorre em todas as faixas etárias e grupos sociais, e em áreas tão diversas como a Europa, América do Sul e Médio Oriente. Mas determinados grupos de risco estão particularmente em risco. Se pertence a um destes grupos, recomenda-se que verifique regularmente os seus níveis de vitamina D e, sempre que necessário, tome suplementos.
Os grupos de riscoincluem[18]:
- As pessoas que estão predominantemente em espaços interiores e que dificilmente ou não estão sequer ao ar livre, ou que tapam os seus corpos ao ar livre.
- As gestantes, pois possuem necessidades maiores
- Pessoas com um tipo de pele escura, porque produzem menos vitamina D para a mesma quantidade de radiação UV recebida pelas pessoas com pele clara
- Os idosos, uma vez que a formação de vitamina D diminui significativamente na velhice, e muitas vezes não estão tão frequentemente ao ar livre por razões de falta de mobilidade
- Os bebés, já que o conteúdo de vitamina D do leite materno é reduzido e os bebés não devem ser expostos à luz solar direta
A deficiência de vitamina D na velhice
A partir dos 60 anos, é particularmente comum ter uma deficiência de vitamina D. Isto não acontece porque as pessoas mais velhas raramente estão ao sol - o seu corpo na verdade produz quatro vezes menos vitamina D gerada pela pele do que as pessoas mais jovens. Por isso, se tem mais de 60 anos, é recomendável que verifique regularmente os níveis de vitamina D e compense quaisquer deficiências com suplementos[22-25].
Isto faz sentido porque ajuda em problemas que ocorrem com muita frequência na velhice. Entre os efeitos positivos confirmados em estudos incluem [22, 26-29]:
- prevenção de fraturas ósseas
- melhoria na saúde cardiovascular
- redução do risco de cancro, como o cancro de cólon
- melhorias no equilíbrio
- melhoria da força muscular na velhice
Teste os seus níveis de vitamina D
Há imensos fatores envolvidos no controlo dos níveis de vitamina D. Sem um teste, é difícil dizer como deve otimizar melhoar a sua ingestão. Para descobrir se deve tomar suplementos de vitamina D e em que quantidades, vale a pena efetuar um Teste de vitamina D - especialmente se pertence a um dos grupos de risco.
As formas mais comuns de medição são análises ao sangue que são efetuadas por um médico ou terapeuta. Com um autoteste como o Teste de Vitamina D da cerascreen®, também pode verificar os seus níveis no conforto do seu lar. Para fazer isto, tire uma amostra de sangue picando o seu dedo, e mandando-a para um laboratório especializado. O laboratório irá então analisar o seu nível de 25(OH)D no seu soro sanguíneo. Depois, descobrirá no relatório de resultados onde se encontra o seu valor, como pode recuperá-lo ou mantê-lo utilizando suplementos.
Não deve tomar suplementos de vitamina D sem antes fazer uma análise ao sangue. Ao contrário de outras vitaminas, a vitamina D não pode ser excretada na urina. Se já tem níveis adequados e continua a tomar suplementos de altas doses, pode ocorrer a sobredosagem a longo prazo. Isto pode estar associado a náuseas, vómitos, arritmia cardíaca, desregulação e, a longo prazo, à perda de peso, formação de pedras nos rins e lesões nos órgãos[2,5].
A vitamina D e as doenças
Nos últimos anos, os cientistas passaram um tempo considerável a estudar como os níveis de vitamina D afetam a saúde. Apresentamos agora uma série de estudos que mostram as associações entre a vitamina D e várias doenças e problemas de saúde.
Vitamina D - a depressão e a psique
Os estudos demostraram que a carência de vitamina D pode afetar a saúde mental. Entre outras coisas, a depressão, stress, alterações de humor e ansiedade podem ser agravadas pela escassez de vitamina D[74, 75].
Já foi estudada a relação entre níveis baixos de vitamina D e a depressão. As pessoas com depressão têm níveis significativamente mais baixos de vitamina D do que as pessoas saudáveis [51, 52]. Alguns estudos sugerem que os suplementos de vitamina D podem melhorar os sintomas da depressão em pessoas com carência de vitamina D, mas as evidências recolhidas até o momento não permitem efetuar recomendações[53].
Devido ao seu efeito semelhante a uma hormona, a vitamina D também ajuda no bom funcionamento do cérebro. Ela ajuda o nosso cérebro a tomar decisões, processar informações e armazená-las apropriadamente. As pessoas com deficiência de vitamina D tiveram pior desempenho em testes que envolviam tarefas que exigiam concentração e atenção[76].
A vitamina D e a qualidade do sono
Em 2017, houve cientistas iranianos que investigaram o efeito da vitamina D na qualidade do sono. 89 participantes com distúrbios do sono entre 20 e 50 anos receberam um suplemento de vitamina D ou um placebo. O resultado: os participantes que receberam vitamina D tiveram uma qualidade de sono significativamente melhor, um tempo de descanso mais longo e um tempo menor para adormecer em comparação com indivíduos que não receberam o suplemento de vitamina D[79]. Noutro estudo, as pessoas com níveis mais baixos de vitamina D sofreram duma pior qualidade do sono[80].
E é bom saber o seguinte: de acordo com um estudo do seguro de doença obrigatório DAK, quase metade de toda a força laboral alemã (43%) está regularmente cansada no trabalho. Cerca de um terço (31%) disseram que se sentiam exaustos. Em comparação com 2010, quase duas vezes mais pessoas empregadas tomam medicamentos para dormir nos dias de hoje[78].
A vitamina D e perda de cabelo
Há já algum tempo que se sabe que as vitaminas e os sais minerais afetam o crescimento do cabelo. Por exemplo, o ferro, a biotina e o zincosão importantes para a saúde das raízes do cabelo[54]. Estudos em tubos de ensaio sugerem que a vitamina D também pode estar envolvida no crescimento ativo do cabelo. Desse modo, a vitamina D promove a produção de recetores nas raízes do cabelo que estimulam o crescimento. Até agora, no entanto, não foi publicado nenhum estudo clínico significante e informativo que possa confirmar esta ideia[55].
A vitamina D e as enxaquecas
As enxaquecas são dores de cabeça severas que regressam continuamente. Os especialistas agora acreditam que os ataques de enxaquecas desenvolvem-se como resultado da inflamação nos nervos e vasos sanguíneos[49]. Os investigadores estão atualmente a investigar se a toma de suplementos de vitamina D pode inibir os fatores inflamatórios envolvidos no desenvolvimento de enxaquecas. O facto da vitamina D ser anti-inflamatória já foi confirmado noutros estudos[60- 62].
No entanto, atualmente ainda há relativamente poucos estudos nesta área e os resultados das investigações ainda são inconsistentes. Algumas demonstraram uma associação entre a vitamina D e as enxaquecas, e num estudo foi demonstrado que tomar vitamina D poderia reduzir a frequência de ataques de dores de cabeça[63]. No entanto, noutros estudos, a vitamina D não teve impacto nas enxaquecas.
A vitamina D e as doenças da pele
A vitamina D também parece desempenhar um papel na pele. A vitamina contribui claramente para a cicatrização de feridas e permite que a barreira protetora da pele se desenvolva apropriadamente. Por isso, a carência de vitamina D pode, portanto, muito provavelmente contribuir para o desenvolvimento de doenças de pele, como eczemas (eczemas atópicos), psoríase e a doença das manchas brancas (vitiligo)[66].
Estudos têm demonstrado resultados promissores em relação à suplementação de vitamina D e à (neuro)dermatite atópica. Os pacientes com eczema são muito suscetíveis a infeções bacterianas da pele - num estudo, pacientes com baixo nível de vitamina D eram particularmente propensos a sofrer de tais infeções[67, 68]. Os investigadores também estão a investigar como os suplementos de vitamina D podem impactar positivamente na psoríase e no vitiligo (a doença das manchas brancas)[69, 70].
A vitamina D e as doenças cardiovasculares
De acordo com pesquisa efetuada a Vitamina D pode fortalecer a musculatura do coração. Adicionalmente, a vitamina D cumpre tarefas importantes no metabolismo do cálcio e do fosfato. A vitamina do sol assegura que o cálcio e o fosfato permanecem armazenados nos ossos. Se houver uma deficiência de vitamina D, o cálcio, em particular, não é armazenado adequadamente e, em vez disso, fica nos vasos sanguíneos ocorrendo a calcificação[46].
Um estudo publicado em 2012 no American Journal of Cardiology (Jornal Americano de Cardiologia) revelou que a carência de vitamina D pode ter a capacidade de aumentar a mortalidade por doenças cardiovasculares. Os suplementos de vitamina D reduziram esse risco nesse mesmo estudo. Os autores do estudo assumiram que a deficiência de vitamina D é um fator de risco para as doenças vasculares, problemas do músculo cardíaco e pressão arterial elevada[64].
Estes resultados foram confirmados por outro estudo que envolveu mais de 40.000 pacientes. Os indivíduos com níveis de vitamina D menor que 15 nanogramas por mililitro tinham maior probabilidade de terem hipertensão, níveis elevados de lipídios no sangue, defeitos cardíacos e derrames do que aqueles com níveis de vitamina D de 30 nanogramas por mililitro[65].
A vitamina D e o cancro
A vitamina D é considerada por muitos como um rasgo de esperança no que se trata à prevenção do cancro. Os resultados do estudo até agora, no entanto, provaram ser ambíguos. Os estudos individuais encontraram associações, por exemplo, entre os níveis de vitamina D e o risco de cancro de cólon e o cancro de mama[46, 47].
No entanto, os estudos atuais, em larga escala, não encontraram nenhuma influência da ingestão de vitamina D no desenvolvimento de tumores. Muitos cientistas dizem que é necessário efetuar mais investigação antes que possa ser declarado algo que seja sólido. Estão em andamento estudos que abordam esse tópico, alguns dos quais também estão a investigar os efeitos de altas doses de suplementos de vitamina D no desenvolvimento do cancro.
Da ciência: a deficiência de vitamina D aumenta o risco de mortalidade
O estudo da ESTHER, que examinou quase 9.600 homens e mulheres na Alemanha, relacionou a deficiência de vitamina D a um aumento na taxa de mortalidade. Os participantes com níveis reduzidos ou muito reduzidos de vitamina D tiveram um aumento de 1,2 vezes no risco de mortalidade em comparação com aqueles com uma ingestão adequada de vitamina D. Nas mulheres, este efeito foi ainda mais pronunciado[48].
Vitamina D: um olhar breveO que é a vitamina D?A vitamina D é tanto uma vitamina lipossolúvel quanto uma hormona ao mesmo tempo. Está envolvida em muitos processos fisiológicos, incluindo o metabolismo ósseo, o funcionamento muscular, o sistema imunitário e a proteção vascular. De onde as pessoas obtêm vitamina D?O nosso corpo produz 80 a 90 porcento de vitamina D por si próprio - mas para isso necessita da radiação UVB da luz solar. Para manter os nossos níveis de vitamina D, devemos expor a nossa cara, mãos e braços ao sol três vezes por semana durante 10 a 20 minutos durante os meses de verão. Os 10 a 20 porcento restantes obtemos da nossa dieta alimentar, como por exemplo, de peixes gordos, ovos, laticínios e cogumelos comestíveis. Quem é afetado pela deficiência de vitamina D?Cerca de mil milhões de pessoas em todo o mundo não têm níveis de vitamina D adequados. Os grupos de risco incluem idosos, mulheres grávidas, pessoas com tipos de pele mais escuros e pessoas que raramente estão ao ar livre ou cobrem a maior parte do corpo ao fazê-lo. Quais são as consequências de uma deficiência de vitamina D?A carência de vitamina D pode ter um impacto particularmente negativo na saúde óssea, onde pode promover osteomalacia e a osteoporose. Outras doenças associadas à deficiência incluem depressão, doenças cardiovasculares, perda de cabelo, doenças de pele e enxaquecas. Como posso testar os meus níveis de vitamina D?Através duma análise ao sangue, pode determinar a concentração de 25(OH)D no seu sangue. Este é o parâmetro mais significante que descreve os seus níveis de vitamina D. Tal análise também pode ser efetuada como um autoteste em casa. A maior parte das fontes científicas recomenda níveis de pelo menos 30 nanogramas por mililitro de sangue. O que posso fazer se tiver uma deficiência de vitamina D?Se tem falta de vitamina D, é difícil superá-la só através da sua dieta alimentar e banhos de sol, especialmente durante o outono e o inverno. Os suplementos dietéticos são mais eficazes. Recomenda-se uma dose diária de 1.000 a 2.000 Unidades Internacionais (UI) para manter os seus níveis. Para corrigir uma deficiência, podem ser úteis doses mais elevadas. |
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